Foto: Pedro Piegas (arquivo/Diário)
A mobilização dos municipários de Santa Maria, que começou na última segunda-feira (24), segue impactando diretamente na rotina da população, principalmente na área da saúde. Na manhã desta quinta (27), quem passou pela Farmácia Municipal de Medicamentos Especiais, na Avenida Presidente Vargas, encontrou uma extensa fila de pessoas em busca de atendimento. Muitos usuários, inclusive, não conseguiram retirar seus medicamentos devido ao limite de fichas distribuídas.
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Desde o início da greve, a farmácia adotou um sistema de 250 fichas diárias, distribuidas entre 8h e 13h. Além disso, os novos cadastros para a retirada de medicamentos também ficaram restritos a 25 fichas por dia, sendo que antes eram 60.
População
A limitação tem gerado preocupação entre usuários que dependem de medicações contínuas. Nesta quinta, uma mãe procurou o Diário após não conseguir retirar os remédios da filha, que passou recentemente por um transplante de rim.
— Faz 10 anos que minha filha aguarda essa cirurgia. Ela conseguiu fazer agora, em março. Ela precisa de imunosupressores. Além disso, também precisa de remédios para diabetes. Estou tentando desde segunda os remédios, mas essa função está complicando a nossa vida. Primeiro dia estava lotado. Terça e quarta a farmácia estava fechada para balanço de fim de ano. E, hoje, que cheguei às 11h para evitar muito movimento, mas já não tinha ficha. Como que eles não filtram as pessoas que mais precisam desses medicamentos? — questiona a mãe, que preferiu não se identificar.
Apesar da frustração, ela afirma não ser contra a greve. Ela apenas defende um sistema que permita priorizar casos mais graves e evitar prejuízos aos usuários.
Vale lembrar que a Farmácia Municipal de Medicamentos Especiais dá acesso a medicamentos necessários para uma série de cuidados e situações previstas em Protocolos Clínicos de Diretrizes Terapêuticas (PCDT), geralmente envolvendo doenças raras e de baixa prevalência, com tratamentos de alto custo e/ ou alta complexidade.
A greve
A mobilização dos municipários ocorre em protesto à proposta de Reforma da Previdência enviada pelo Executivo ao Legislativo em novembro. A categoria reivindica a retirada dos quatro projetos que compõem a reforma. A previsão é que a greve siga por, pelo menos, 10 dias. Neste período, outros serviços podem ser afetados, como unidades de saúde, entre outros setores da administração municipal.
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